Obesidade

Em Portugal, quase metade da população apresenta excesso de peso e perto de um milhão de adultos sofre de obesidade.

 

Estes números preocupantes estão, entre outras causas, ligados a hábitos de vida mais sedentários e à transformação dos hábitos alimentares, ocorrida ao longo das últimas décadas, que tem favorecido o consumo de cereais refinados, açúcares e gorduras saturadas, em detrimento da tradicional alimentação mediterrânica, rica em cereais integrais, peixe, vegetais, fruta e azeite.

Considerada, entretanto, pela Organização Mundial da Saúde como uma epidemia, a obesidade afecta a longevidade e a qualidade de vida. Por favorecerem doenças como a diabetes mellitus tipo II, a hipertensão arterial ou a dislipidemia, o excesso de peso e a obesidade levam a um importante aumento do risco cardiovascular. Estima-se, por exemplo, que a hipertensão seja 2,5 vezes mais frequente nos indivíduos obesos que em pessoas com peso normal.

 

A obesidade ocorre quando o número de calorias ingerido é superior ao gasto: quando tal sucede, as calorias são armazenadas no organismo sob a forma de massa gorda, podendo vir a afectar toda a saúde.

 

 

Medidas para prevenir e combater a obesidade

A regra essencial é manter o gasto calórico do corpo igual ou superior à quantidade de calorias ingeridas.

1. Siga as proporções recomendadas pela Roda dos Alimentos 

Pratique uma dieta equilibrada e variada, rica em legumes, cereais integrais, fruta e peixe. Reduza os alimentos com açúcar e as gorduras saturadas, presentes sobretudo nas gorduras processadas industrialmente (hidrogenadas), carnes vermelhas, manteiga, e lacticínios gordos.

2. Aprenda a conhecer os alimentos e os nutrimentos

Quando ingere um alimento, procure saber que tipo de nutrientes está a fornecer ao seu organismo. Não precisa de transformar-se num “conta-calorias”, mas é importante ter a noção de que certos alimentos são mais calóricos do que outros.

Aprenda sobretudo a detectar as calorias escondidas nos alimentos pré-cozinhados ou processados industrialmente(muitas vezes sob a forma de gorduras invisíveis).

3. Coma cada 3 a 4 horas

Comendo várias vezes ao dia não tem demasiada fome quando chega à refeição seguinte. Coma porções suficientes para se sentir saciado. Use o seguinte truque: comece as refeições principais com uma sopa de legumes, sem batata. Para além de conter água, muitas vitaminas e sais minerais, ajuda a saciar a sensação de fome. Isto evita a ansiedade que certas dietas de emagrecimento podem causar.

4. Mantenha uma actividade física regular

Escolha uma actividade que lhe dê prazer e inclua-a na sua rotina, de preferência diária. A regularidade é importante. Sempre que possível, ande a pé nas suas deslocações e privilegie o contacto com a natureza com pequenos passeios ou caminhadas ao ar livre.

5. Emagrecer e manter um peso saudável 

Muitas pessoas conseguem perder peso em tempo recorde. No entanto, o mais comum é que estas “dietas relâmpago” resultem, pouco tempo depois, no inverso: a recuperação do peso, acompanhada, frequentemente, de um aumento superior ao peso original.

Se tem excesso de peso, procure ser acompanhado por um médico ou nutricionista e estabeleça metas razoáveis para a sua dieta .Tão importante como emagrecer é manter um peso saudável ao longo do tempo.

 

 

Obesidade e IMC

O índice de massa corporal (IMC) permite classificar o grau de obesidade de uma pessoa. Calcula-se dividindo o peso (em Kg) pela altura elevada ao quadrado (em metros).

Segundo a OMS, o excesso de peso corresponde a um IMC entre 25 e 30 e a obesidade surge quando o IMC é igual ou superior a 30.

IMC = Peso (Kg)
Altura 2 (m)

Classificação IMC (Kg/m2)
Baixo peso < 18.5
Variação normal 18.5 – 24.9
Pré-obesidade 25.0 – 29.9
Obesidade Classe I 30.0 – 34.9
Obesidade Classe II 35.0 – 39.9
Obesidade Classe III ≥ 40.0

 

 

Obesidade infantil

As estatísticas mostram que, a nível nacio­nal, 31,5% das crianças entre os 9 e os 16 anos são obesas ou sofrem de excesso de peso. A alimentação incorrecta e a escassa prática de actividade física são a base desta situação, favorecendo na população infantil uma predisposição para um conjunto de doenças, como a diabetes e as alterações do foro cardiovascular, em idade adulta.

Se não se contrariar esta tendência, a esperança média de vida destas crianças vai ser mais curta do que aquela que a geração dos pais tem neste momento.

 

 

Tipos de Obesidade

Do ponto de vista da distribuição da gordura, a obesidade pode ser:

  • Ginóide (em forma de pêra): caracteriza-se por um aumento da gordura da cintura para baixo. É a forma mais comum nas mulheres, tem menos risco cardiovascular mas está associada, muitas vezes, ao aparecimento de varizes e doenças das articulações.

  • Andróide (em forma de maçã): a gordura localiza-se na zona da cintura e zona superior do tronco. É mais frequente entre os homens e tem uma estreita relação com o aparecimento de diabetes, hipertensão, aterosclerose e o aumento de risco cardiovascular.

 

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