Perigos Invisíveis

Em 1952, Londres esteve mergulhada durante 10 dias num intenso nevoeiro, posteriormente denominado smog, que resultou da condensação da água nas partículas de fumo do carvão das chaminés industriais da cidade.

Como consequência, houve cerca de 4000 mortes e chamou a atenção para a poluição como causa de mortalidade.

Embora neste episódio, a principal causa de morte tenham sido os problemas respiratórios, hoje sabemos a importância da poluição atmosférica no desenvolvimento e agravamento das doenças cardiovasculares.

De fato, a interação de alguns gases poluentes com o sistema vascular, bem como a entrada em circulação de micropartículas, levam a estados de inflamação crónica e a desregulação do sistema nervoso autónomo, condições que propiciam o aparecimento e desenvolvimento de lesões de aterosclerose, que está na base das doenças cardiovasculares, nomeadamente do enfarte do miocárdio e do acidente vascular cerebral.

O controle deste fator de risco, é uma tarefa urgente e que tem de ser de todos nós.

 

Dr. Nuno Bragança

Fundação Portuguesa de Cardiologia ❤️
www.fpcardiologia.pt