Dia Mundial do Coração 2017 – Mensagem do Sr. Presidente da FPC

 

Publicado a 27 de setembro de 2017

 

I

 

O Dia Mundial do Coração é uma campanha internacional criada no ano 2000 com o objetivo de consciencializar a opinião pública que as doenças cardiovasculares são a principal causa de morte e motivar a população para adotar um estilo de vida saudável.

 

O Dia Mundial do Coração é um evento anual que se realiza no dia 29 de Setembro, todos os anos. Em cada campanha é escolhido um Tema diferente. Este ano o tema é Partilha a energia do teu coração. Pequenas mudanças fazem grandes diferenças. É celebrado em todo o mundo, com a realização de vários eventos e atividades que sensibilizam para a importância do estilo de vida saudável na prevenção das doenças cardiovasculares.

 

A Fundação Portuguesa de Cardiologia e as restantes Fundações e Sociedades, em conjunto com a Federação Mundial de Cardiologia, salientam que pelo menos 80% das mortes prematuras devido às doenças cardiovasculares, podem ser evitadas através do controlo dos quatro principais fatores de risco – tabagismo, alimentação não saudável, falta de exercício físico e abuso do álcool.

 

Os lugares onde vivemos, trabalhamos e nos divertimos não devem aumentar o nosso risco cardiovascular. Mas todos nós frequentemente não conseguimos fazer uma escolha saudável devido a não haver disponibilidade de comida saudável, áreas para fazer exercício ou espaços livres de fumo.

 

O Dia 29 de Setembro será o dia perfeito para deixar de fumar, começar a fazer exercício e aderir a uma alimentação mais saudável, com o objetivo de aumentar a sua saúde e bem-estar, assim como da sua família e comunidade. A FPC convida todos os portugueses a fazer escolhas saudáveis, onde vivam, trabalhem ou se divirtam.

 

 

II

 

A Fundação Portuguesa de Cardiologia é uma Instituição de Utilidade Pública, de âmbito nacional, que visa fomentar a prevenção das doenças cardiovasculares e a promoção da saúde.

 

A FPC vive do trabalho de voluntários e da generosidade de mecenas, quer particulares quer empresas, dado que a FPC, sempre optou por não ter atividades comerciais, vivendo, numa palavra, de boas vontades.

 

Hoje a Fundação está estabelecida em todo o País, com delegações e núcleos, implantados não só no continente como nas regiões autónomas, com equipas de profissionais de saúde e personalidades não médicas de relevo da sociedade portuguesa, a trabalhar lado a lado, em plano de igualdade.

 

Devemos salientar que a importância das doenças cardiovasculares é enorme, se tivermos em conta, que são a principal causa de morte, em Portugal. De um total de mais de100.000 óbitos, ocorreram cerca de 35000 mortes por doenças cardiovasculares, das quais se estima que cerca de 20.000 sejam devidas a acidente cerebrovascular e 10000 a enfarte do miocárdio.

 

A tendência dos últimos anos mostra uma ligeira redução dos acidentes vasculares cerebrais, e uma estabilização do número de enfartes do miocárdio. No seu conjunto, as doenças cardiovasculares são responsáveis por um terço de toda a mortalidade da população portuguesa.

 

É com frustração que reconhecemos que o controlo dos fatores de risco tem melhorado pouco nos últimos anos, o que se deve em grande medida ao facto das mensagens preventivas, apesar de baseadas em cada vez maior evidência científica, não motivarem suficientemente a maior parte da população.

 

O facto dos fatores de risco serem essencialmente silenciosos explica de algum modo a sua falta de visibilidade e o seu esquecimento pelos doentes e pelas famílias. Por isso tornam-se necessárias campanhas mais assertivas e melhor dirigidas. É imperioso aumentar os níveis de diagnóstico e de controlo. A educação escolar deve dar maior relevo ao ensino de estilos de vida saudáveis e a problemas como o colesterol elevado, a obesidade, a diabetes e a hipertensão, que no nosso país, pela grande frequência das complicações que originam, tem uma enorme importância no sofrimento e redução da esperança de vida da população.

 

Por outro lado, não podemos perder de vista que a elevada prevalência dos fatores de risco é em grande medida de causa ambiental e de estilo de vida. A urbanização crescente da nossa sociedade, com um estilo de vida em que predomina o sedentarismo e uma alimentação demasiado rica em calorias, gordura animal e sal tem conduzido a epidemias de hipertensão, colesterol elevado, obesidade e diabetes. 

 

A Fundação, no seu compromisso com a promoção da saúde e a prevenção das doenças cardiovasculares, aconselha um regime alimentar variado, característico da Dieta Mediterrânica, que numerosos estudos confirmam ter efeitos benéficos para a saúde. Esta dieta é caracterizada por um padrão alimentar único, rico em hortaliças, fruta, pão e cereais, peixe, carne de aves, azeite e vinho às refeições, deve ser revitalizada para se adaptar aos tempos modernos. Como já referimos, a prioridade deve ser dada às crianças, nomeadamente com o estabelecimento de programas de educação alimentar e de um serviço de refeições saudáveis nas cantinas escolares. A Fundação apela a todos os Portugueses para adotarem hábitos mais saudáveis pois   mesmo pequenas mudanças, no estilo de vida, asseguram uma vida mais saudável, feliz e mais longa.

 

No dia 29 de setembro, para comemorar o Dia Mundial do Coração toda a gente, em Portugal e em todo o mundo, deverá estar a caminhar, a correr, a praticar atividades desportivas. Participe nas celebrações do Dia Mundial do Coração. Partilhe a energia positiva do seu coração que dá vida ao seu corpo.

 

Prof. Doutor Manuel Carrageta

Presidente da Fundação Portuguesa de Cardiologia
Cardiologista